terça-feira, 23 de julho de 2013

ENTRAVES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA

ENTRAVES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA Longe de mim pensar que existe um regime político mas adequado para se viver uma nação, que uma democracia cidadã, até porque não sendo especialista no assunto falta-me conhecimento profundo para opinar cientificamente nesta questão. Penso no entanto que como cidadão brasileiro que cumpre todos os requisitos para se viver em decentemente, sinto-me lesado na minha conduta de vida diante da prática rotineira da nossa sociedade. Mesmo na minha condição de leigo no assunto sinto-me capaz de observar a ética vigente e dela tirar algumas nuances que compõem minha opinião sobre o que é preciso para se viver em democracia. Para mim trata-se de um regime complexo do ponto de vista bio-sócio-cultural e político por se tratar de um regime que exige do homem um nível mínimo de intelectualidade para compreendê-lo e praticá-lo que infelizmente a massa brasileira ainda não atingiu. É um regime que se caracteriza pelo livre pensamento dos seus agentes, que numa sociedade como a nossa, com baixo nível médio de instrução pensa-se mais para dentro do que para fora. Naturalmente o homem é mais ego do que cérebro, de modo que fica difícil fazer convergir para um único ponto a massa de pensamento divergente de uma sociedade despreparada para viver uma democracia plena com justiça e igualdade. Tendo como princípio que na democracia o poder emana do povo, que qualidade de poder teremos no nosso País? Por enquanto somos uma democracia fruto do nosso analfabetismo funcional generalizado sobremaneira do ponto de vista da politização da população. Tomo como o maior dos entraves a ignorância generalizada do nosso povo, imposto pelo poder econômico ao longo de seus quinhentos e treze anos de existência em função dos seus interesses espúrios. Somos uma sociedade que ainda aceita viver de bolsas: família, escola, auxílio palitó, voto secreto no congresso, obrigatoriedade de votar, parlamentares condenados, em pleno exercício do mandato, motorista do congresso com salário maior do que o presidente da república etc. Enquanto este estado de coisas estiver presente, certamente viveremos uma democracia capenga onde a corrupção grassa! Por José Antonio da Silva - Cabo Frio - 09/07/2013.

MINHAS PRIMEIRAS IMAGENS

MINHAS PRIMEIRAS IMAGENS Debaixo da árvore, ao pé da ladeira começava a rua, era numa subida, muito íngreme, ladeada de casas de taipa cobertas de folhas de coqueiro, secas! Do lado oposto uma montanha, nela subia o féretro em direção ao cemitério. Passava pela frente da matriz. Era uma tarde solitária e triste. Nunca esqueci aquela imagem, o caixão era marrom, cor, pouco comum, o normal era o preto. O defunto era seu Celestino, velho solitário e triste que usava barba grande. O céu de Bananeiras era muito azul, como céu de brigadeiro juntava muitos cirros. Meu olhar distante não via significado em nada, mas, gravara-me aquela imagem para sempre. Desde pequeno ouvia histórias de pessoas mortas como sendo coisa de assombração, a medida que crescia aprendi a ter medo de velório, passava pela outra rua para chegar em casa, quando havia um antes da minha! Deus me livre...! Foi assim que me ensinaram ver a morte, como se ela não fosse apenas o fim da vida física. Em Bananeiras as pessoas tinham por hábito enterrar seus mortos no fim da tarde, dessa forma o féretro era mais sinistro, o manto escuro da noite que logo chegaria terrorificava o quadro, metendo medo nos vivos. Naquela noite poucos dormiriam. Bananeiras era um lugar bonito, incrustado na serra, onde poucas pessoas habitavam. Ainda pequeno deixei meu lugar, mas as imagens não deixei lá! Trago-as comigo e as vejo quando quero ver meu lugar! José Antonio da Silva - Cabo Frio - 23/07/2013.