segunda-feira, 19 de julho de 2010

LAPSO DE TEMPO

LAPSO DE TEMPO
Não percebo o tempo,
nem sequer o vento
para me soprar.
Não percebo nada para
me motivar, nem sequer
o sopro da brisa do mar.
Estou à sua frente, é só mergulhar,
mas não mergulho nele, que é
de água e de sal, mergulho no vácuo
do meu pensamento, abstrato e indiferente,
ao que penso e ao que sinto, porque não sinto!
No escuro da noite acendo a luz, mesmo assim
nada vejo, apago a luz, logo vejo, a escuridão,
a insatisfação e a incompreensão de tudo que desejo!
É um lapso de tempo em que não me vejo,
em que não me sinto, só me desconheço.
Claramente não sei o que quero, nem se quero.
Cadê o sono, onde está o sossego, há um mal-estar
que não tem começo como se a vida fosse muito longa,
onde o espírito se cansa da matéria que se resigna
a purificá-lo!

José Antonio da Silva,
Cabo Frio, 19/07/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário