sábado, 21 de novembro de 2009

O MEDO ME ENGOLIA

OMEDO ME ENGOLIA

Não pensava na noite ou na tarde,
nem mesmo na manhã daquele dia,
na verdade o medo me engolia,
não um medo de quem morreria,
mas antes, um medo do que seria,
depois daquele dia. Eu que enfermamente,
inerte sobre uma mesa de cirurgia,
seria cortado, devassado, mutilado,
pelo que o destino me destinaria!
O que seria depois do meu corpo em agonia?
Quantas palavras fúteis eu diria, para expressar,
toda minha fragilidade que subitamente,
aparecia pegando-me de calças curtas, sem
nenhuma regalia!
Dizia para mim mesmo se iria ou não iria,
dessa para uma melhor, e só assim minha
angustia terminaria!
Ao lado do meu ser que sofria,
antes do necessário como sempre acontece,
quando o inesperado se nos anuncia!
Antes do ato era assim que eu me sentia!
Ora morria, ora vivia, era que eu me sentia!
O ato aconteceu comigo me plena catalepsia química,
para acordar de um sonho, que mesmo imaginando,
eu jamais imaginaria! Vida, vida, vida,
aqui estais de novo. Em minha companhia!

José Antonio da Silva,
Rio de Janeiro – 21/11/2009.
Meu "eu" para sentir a vida, necessita pensar no abstrato!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

UMA NOITE FRIA

UMA NOITE FRIA

Há uma noite fria,
entre a manhã e
tarde de cada um dos dias
como se esta noite,
também não fosse dia!
Há uma noite em pleno dia,
que nos impede de avançar
e descobrir um novo dia,
para viver e sonharmos
como se gostaria!
Uma noite escura, mãe da
incerteza que nos agonia!
Acontece depois da manhã
e da tarde de um novo dia.
Nunca um dia é novo,
porque uma dia é simplesmente,
um dia.
Embora haja clareza na luz do dia,
vivemos a incerteza da noite fria
E o que é a noite fria, senão o
o mistério que nos angustia,
de viver a margem da sabedoria
do que deve cedo ou tarde
acontecer?
Comigo ou com você,
nunca vamos saber! Preparemo-nos
vamos um dia perecer, para ai sim,
vivermos eternamente!

José Antonio da silva,
Cabo Frio- 13/11/2009.

domingo, 8 de novembro de 2009

SEM PRETENSÃO

SEM PRETENSÃO

Não que eu quisesse
que a vida fosse leve
como uma pluma
ao vento leste.
Mesmo sabendo
que a vida é madrasta,
não esperava que
tão profundo mal me fizesse!
Sei que mal ela faz
a quem merece,
mas a mim, que eu não saiba,
porque fizeste!
Ao colocar em xeque
meu corpo enfermo,
me expuseste a ameaça,
e a desgraça inconteste,
da incerteza do antes ou
do depois da peste,
da doença inoportuna,
que acomete meu corpo
e minha mente,
a qual agora não sabe
o que será depois,
do teste por que passarei
em preces para o êxito total
do ato que me salvará de
tamanha provação!
A vida lançou sobre mim
sua afiada navalha de corte,
queira Deus que eu tenha sorte,
e consiga passar-lhe um trote!

José Antonio da silva,
Cabo Frio, 08/11/2009.

sábado, 7 de novembro de 2009

AGUA

ÁGUA

A água tem cor,
tem formas, tem galhos,
tem odor.
Tem gosto, tem horror!
É vida ou morte,
è forte ou fraca
Brinca de pingo ou de enxurrada,
deixa caras sujas e caras lavadas.
Mata de sede quando está ausente,
Asfixia quando esta presente!
Pousa de mar, pousa de rio,
pousa de cascata,
enxágua a roupa,
fertiliza a mata!
Mimetiza a pedra, mimetiza o chão,
umedece a massa que produz o pão,
nosso de cada dia, que evita
a morte por inanição!
Brinca de terror por inundação,
brinca com a vida da população!
Briga por seu leito, não respeita invasão,
sufoca o infeliz, o pobre e o patrão,
todos que em seu caminho cometem intromissão!
Anda em correnteza, em ondas e arrastão,
produz tsunami, comete genocídio, e chama trovão!
Água é vida, água é morte, água é ilusão,
pois mostra várias caras no seu modo de ação!
Não tem piedade quando se revolta é capaz de tudo,
sem explicação, às vezes é farta, outras falta, pobre
do gado, do mato e do sertão!
Foge do deserto como o diabo da cruz,
mas abunda nos rios que produz a luz.
É pura energia, é fonte de luz, é um bem divino
que o homem utiliza para batizar
os filhos de Deus que aqui na terra viverão
sabendo que para viver, água é salutar,
indispensável mas pode acabar!

José Antonio da silva,
Cabo frio, 08/11/2009.

EM TRANSE

EM TRANSE

Pareço lúcido, mas,
apenas pareço, estou
em transe, estou sem
jeito, não tenho endereço!
Sinto algo,
como se não sentisse,
não estivesse, em mim.
Estou só, como se fosse
no fim do começo, como
se algo em mim terminasse,
no fim ou no começo!
Me procuro, não me vejo
vejo nada, só escuro, um tropeço!
Que fez de mim a vida?
Que desprezo!
Não tenho medo,
é assim mesmo,
mas reconheço a incerteza,
da existência, que será
dividida, em antes e depois,
ou não, pois há razão,
diante da ação sobre
meu corpo enfermo,
que de repente me ameaça,
e me desgraça, me leva ao
padecer, não por querer,
mas por assim ser,
irremediavelmente acaso,
no ocaso do meu ser!

José Antonio da Silva,
Cabo Frio, 07/11/2009.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SEM IMPORTÂNCIA

SEM IMPORTÂNCIA

Não tem importância a vida
da menina, nem do jovem,
quanto ao velho; menos ainda.
Assim parece, pelo que fazemos,
pelo que sentimos e agimos!
Nos comemos, nos denegrimos,
pelo que sentimos, pelo que agimos.
muito vivemos, nem por isso sabemos,
porque!
Por que viver, se assim vivemos,
alheios as razões, reféns das emoções,
que nos impõe o acaso, ou os acontecimentos.
Por nada vivemos como também morremos,
de medo, de frio, de fome, atropelados que
somos pelo inusitado, coincidente e marcado,
pelo além! De nós, de todos, do mundo, do
profundo abstrato do outro lado da vida sem
importância. Porque não damos a importância
devida!
Não vivemos a vida proposta, mas a exposta,
a decadência, da forma que assumimos, na
existência.
Pode ser longa, pode ser curta, pode ser vivida,
não tem importância a historia da vida.
No final quando tudo termina, vem ela,
a vida e fica, noutra forma de vida para ser
vivida. Sem importância, porque somos
perecíveis!
Eis a verdade que vejo em minha forma de vida!

José Antonio da silva,
Rio de Janeiro – 05/11/2009.