domingo, 21 de novembro de 2010

EU SENSÍVEL

EU SENSÍVEL

Ando muito sensibilizado.
Só não digo que estou a
flor da pele, porque já
disseram antes. Mas peço licença
ao poeta para dizer que estou
sim, a flor da pele.
De vez em quando algo agudo
Fura-me o coração.
Sinto um frio na barriga e uma
Enorme nostalgia, de instantes
Distantes que me transportaram
Muitas vezes para euforia.
Algumas lembranças são fundamentais,
Para que se continue na vida até o
Esquecimento total e definitivo.
Enquanto isso a dor é meu castigo,
Pelo que fiz ou deixei de fazer.
Não que a dor seja mortal, mas
Incomoda porque toca fundo,
Um âmago sofrido.
Não sei por que ficar assim, se
Nunca quis o que quis, nem tampouco
Aceito o que fiz.
Pura ilusão de momentos felizes
Que nunca vivi.
Sei que o que vivi não foi por amor,
Mas pelo acaso que o destino me
Reservou.
O destino é incontrolável, é robótico,
E programático.
Enquanto eu sou apenas um objeto
Do sentimento!

José Antonio da Silva,
Rio de Janeiro de 2009.
(Último dia de um ano que não acabou...)

2 comentários:

  1. Que lindo o texto, tio!!!!!!!
    E feliz daquele que se permite ser apenas um objeto do sentimento... :)
    Beijo!!!!

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