segunda-feira, 20 de junho de 2011

RIO - CIDADE LUZ

RIO – CIDADE LUZ

Rio tua noite é um chão de estrelas
Por tuas luzes teus filhos seduzes.
Eles te curtem – A tua beleza, a tua vida
Teus perigos e teus poderes!
És um ópio que alucina e obnubila a razão.
Tuas ruas teus segredos me dão medo,
Porque no fundo és mistério e no escuro
Um cemitério!
Os teus filhos se degladiam para sobreviver,
Em tuas ruas, tuas esquinas e guetos sem
Contar a orla que tu subestimas pela omissão.
Tudo lhes oferece, o que é do bem e o que é do mal,
Depois escondes os que desaparecem.
Em teu seio é tão difícil viver, quanto fácil é morrer.
Fascinas com tua geografia do lado onde vive a burguesia,
Mas afrontas com a desigualdade em que vive a maioria.
Os desvalidos da periferia.
Teus jovens parecem perdidos, em geral são notívagos,
E cultuam a boemia – são iludidos por tuas luzes ofuscantes
Que os cegam para verdade da cultura inútil que os embriaga!
És indiferente ao que acontece para o bem ou para o mal,
A todos deslumbras com os teus hábitos que ameaçam os viventes,
Pelo sofisma que se mostra diferente.
Não administras tuas diferenças, por não ter importância os diferentes.
A tua maioria está esmagada vítima de uma minoria que esmaga.
Teu coração tem múltiplas artérias, onde o povo no papel de sangue
Corre num circuito fechado, sem volta e sem sentido!
Tua dinâmica é autofágica, onde teus filhos são fagocitados.
Com tua beleza embotas a razão dos que vivem por um triz,
Em busca de tua emoção!
Rio, parece que jamais acordarás deste teu sono opiáceo,
Que nocauteia teus filhos como a prepará-los para morte!
Mesmo assim tua noite é um chão de estrelas, és o céu pelo avesso,
Inferninho dos alienados, Rio dos percalços, berços dos malfadados...!

José Antonio da silva,
Cabo Frio – 18/06/2011.

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