EM TRANSE
Pareço lúcido, mas,
apenas pareço, estou
em transe, estou sem
jeito, não tenho endereço!
Sinto algo,
como se não sentisse,
não estivesse, em mim.
Estou só, como se fosse
no fim do começo, como
se algo em mim terminasse,
no fim ou no começo!
Me procuro, não me vejo
vejo nada, só escuro, um tropeço!
Que fez de mim a vida?
Que desprezo!
Não tenho medo,
é assim mesmo,
mas reconheço a incerteza,
da existência, que será
dividida, em antes e depois,
ou não, pois há razão,
diante da ação sobre
meu corpo enfermo,
que de repente me ameaça,
e me desgraça, me leva ao
padecer, não por querer,
mas por assim ser,
irremediavelmente acaso,
no ocaso do meu ser!
José Antonio da Silva,
Cabo Frio, 07/11/2009.
sábado, 7 de novembro de 2009
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