terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MADRUGADA INSONE

MADRUGADA INSONE

Não tem mais noite escura,
não tem mais ternura para
embalar meu sono. Só o resquício
do ano que passou a meia noite
e me deixou sem dormir.
Sem contar um resfriado para
me atazanar. Comi o frango assado
e um bacalhau enjoado que me deixou
empanzinado!
Até hoje não entendi o que comemorar
na passagem do ano. Tudo continua
na mesma.
O homem procura motivos para
permanecer vivo.
Cai uma chuva insistente e meu
nariz incompetente não me deixa
respirar!
A farofa estava ótima, não podia faltar.
Mas confesso que farofa entope!
Jamais compreendi estes momentos
em que se troca o horário da refeição
para comemorar o ano que passou.
Contamos o tempo para nele nos
localizarmos - ele desgasta nossa existência,
em tudo que fazemos fica um pouco de nós!
O dia aparece úmido, expulsa todos do mar.
Uns passam falando alto, outros gritam, alguns
bêbados, outros sóbrios, mas todos perdidos,
todos molhados, querem se mostrar,
vêem da praia onde foram louvar Iemanjá.
Voltam sem perspectiva no ar.
Flores brancas na água, patuás no pescoço
vale tudo para obter as bençãos da deusa do mar!
O dia fica claro, os carros começam a passar,
enquanto a madrugada se vai como a de um
dia qualquer, por acaso domingo, procuro
a diferença, mas não há!

José Antonio da Silva - Cabo Frio 01/01/2012.

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