quinta-feira, 3 de junho de 2010

A RUA

A RUA
Por muito tempo vaguei pela rua ,
fiz dela meu templo,
porque não havia nada além da rua,
senão às vezes a lua contemplada sob
o véu da noite, tão escuro quanto minha
consciência. Olhava para cima para disfarçar,
sentía, o vento soprar sem sentido. Não sabia
o que fazer, além de esperar que algo acontecesse
de concreto já que em mim havia o desejo.
Andava para lá e para cá até estafar, quase sempre
perdido desejava coisas impossíveis, como, amar livremente,
sem ser importunado, não que fosse uma amor atentatório,
mas antes um amor possível e sem preconceito,
um amor que nasce num gesto, penetra o peito, atinge o coração,
enlouquece o cérebro e dispensa a razão.
Viver além da impossibilidade, de ser amado, mas aquém do amor
Perfeito.
A silueta de um espaço imaginário e contido me restringia e mostrava
a verdade de outras eras antes vividas e aprendidas e ensinadas, me
impingiam maléficos e constrangedores limites da ética vigente,
como se fosse lei que proibisse sentir e manifestar. Coibir é a regra
dos olhares circundantes, ignorantes censores, homens de mãos dadas
espiam além de suas contas o que penso, inibem a ação do coração e
da alma desgarrada em busca das bênçãos de amor!
Reconheço que existo para amar, senão antes morrer!

José Antonio da Silva,
Cabo Frio, 29/12/2009.

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