SARJETA
Eu vi a criança era púbere, era pobre,
Era inocente.Eu via a vala, ela escoava,
era a sarjeta que a levava!
Para onde? Para o fim,
ainda no começo – da vida,
que não é vida é morte.
Morte da sociedade que deixa,
seus filhos, no escoadouro da miséria!
Marca da indiferença humana, do
desprezo de quem tem pelos que
nada tem. Não tem comida, não tem morada,
só tem a rua como sua casa! Sua cama é a calçada.
A rua é fria, a rua é calada, a rua não tem nada.
Sobre seu ombro um bebê inerte,
uma boneca, sua única festa.
Eu vi a criança que não falava, que não pedia,
Que não chorava, apenas se curvava e escondia a cara,
que não se mostrava, porque tinha vergonha
de não ser amada.
Em sua cabeça talvez a droga comesse seu estômago,
Que não tinha nada, somente a fome que a devorava!
Vi no começo, o fim da dignidade humana!
Eu vi o povo na vala e a sociedade na sarjeta!
José Antonio da Silva,
Cabo Frio – 16/06/2010.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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