segunda-feira, 7 de junho de 2010

VIDA PARADA

VIDA PARADA
Acho que parei no tempo
em que a vida me sorria,
me sinalizava um tempo eterno,
quando a juventude
Me endeusava, eu me achava
o Próprio, quando não tinha
certeza Sê-lo! – Que pretensão...
Todos os sonhos me pareciam tangíveis,
eu não sentia a fisiologia do meu corpo,
tal era meu estado de higidez! –
Era o tempo dos amores, dos desejos, do
estético - a eternidade me atingira.
Era soberbo e absoluto, só via a vida,
não sabia da morte embora sempre me rondasse.
Sabia que era apenas um tempo,
mas não sabia que passa tão rápido,
como um sonho que fica no tempo.
Agora, avançar é preciso – mas como?
Se há o descompasso entre o que penso e o que posso?
O que quero e não posso ter? Há uma dúvida,
entre “SER e Não SER!
Uma saída é o que busco, encontrar o tempo
de me entender e assim chegar à paz!
Para continuar no tempo que me é dado viver sobre a terra.
Mas como? Não me vejo como sou, mas como gostaria de ser,
porém isto inclui uma volta no tempo- no tempo
da juventude – mas quem me levará até ela?
Não tenho acesso a máquina do tempo –
não tenho como voltar! Do fato decorre a dura realidade da idade.
O passo é trôpego , dói as artroses, sente o labirinto o desequilíbrio,
a rotina dos remédios. Há déficit físico para o dia-a-dia.
O risco aumenta; das doenças chegarem. O tempo corre e as coisas
acontecem mais rápidas do que posso acompanhar!
Minhas vontades seguem as mesmas, agora inversamente proporcionais
a minha capacidade de atendê-las - cai frustração –
a necessidade da adaptação e muitas horas de sono sem solução!
Me aproximo da forma do átomo para retornar a origem cósmica
dos “quantas” e quantas histórias à contar!

José Antonio da Silva,
Cabo Frio – 07/06/2010.

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