DEUS, O TEMPO E O POVO
O tempo do povo não existe para Deus. Para Ele o tempo é eterno, Sua visão do tempo é infinita. Para o povo a visão é finita e previsível. Por isso o povo marca o tempo, para saber quanto tempo terá vivido ou viverá. Uma das formas de marcar o tempo são justamente a comemoração de natal e de ano novo, de carnaval e outras sandices mais. Diga-se de passagem, todos estes fatos são atribuídos a Deus, na cabeça do povo. É como se houvesse natais e anos novos e outras datas mais. O povo não percebe que o ano é maior do que imagina e que portanto, vai muito além de sua mensuração. O povo procura marcar sua passagem perceptível aqui na terra através de manifestações rudimentares e sem sentido, porque o povo é rudimentar e o pensamento geral é rudimentar e tudo que o povo faz é rudimentar diante de Deus.
Ele joga dado, Ele se diverte com que o povo faz porque tudo Lhe parece rudimentar. Só a alguns, Ele livra dos rudimentos. O povo ignora e faz questão de ignorar, está perdido, por isso marca o tempo para se orientar. Marcações sem sentido é o mais comum. Diferentemente de alguns que marcam o tempo pelo que fazem de bom, de profícuo para a humanidade, digo para o povo.
Comemorar a passagem de um ano para o outro é desconhecer a infinitude do tempo do espaço e da matéria. A matéria é finita enquanto tem forma; amorfa é finita, invisível e energizada. Qualquer retrocesso a faria matéria novamente.
De modo geral o povo não percebe isto, então marca o tempo. O tempo só tem marcas na cabeça do povo, na cabeça de Deus o tempo é o próprio espaço onde estão contidos energia e matéria e a grande explosão de um longínquo passado.
O que são as marcas na cabeça do povo, senão a existência virtual das suas substancias agregadas? O povo se encaixa no tempo abstrato com sua substância concreta e energizada, factível de virar tempo e espaço a qualquer instante, mas não percebe. O povo vê o tempo que não existe enquanto o tempo segue apesar do povo. O tempo não tem compromisso com o povo. O povo vira átomos sem saber.
O povo grita, pula, dança, canta e se embriaga sem saber por quê. Pergunte ao ébrio porque faz isso. Certamente não saberá lhe responder.
O povo brinca com o tempo que o está ameaçando de destruição, mas, o povo não vê. Deus vê, mas, deixa o povo ao bel prazer.
O tempo vive sem água, sem árvores, sem mares, sem comer, vive sem tudo que o povo precisa para viver. Mas, o povo nem quer saber. Se for para viver, vamos viver. Para que saber por quê?
Deus sabe que o povo vive no tempo que Ele lhe prouver. Deus sabe que o povo não sabe o que quer. O povo vive como Deus quiser.
Mas, Deus às vezes não quer que o povo viva, então manipula o tempo e o povo deixa de viver. Viver é sempre uma questão de tempo. O tempo Deus é quem faz o povo viver.
Marcar o tempo significa o espaço que o povo tem para viver. Sabendo que o tempo concedido é finito, o povo marca o espaço para viver. O espaço poder ser físico e pode ser de tempo, o espaço é duplo para o povo viver, indolentemente, inexplicavelmente até morrer. Num espaço livre o povo vive inconscientemente a restrições e intempéries do tempo. O povo marca o tempo e prevê o tempo em que vai morrer, sem que isso altere o seu modo de viver.
Deus soberanamente deixa o povo viver sem saber por quê. Tanto que o povo procura, procura mas nunca sabe por quê. “Vive”!
O povo marca o tempo para não morrer prematuramente.
Por: José Antonio da Silva
Rio de Janeiro – 31/12/2009.
(O último dia do ano às vezes nos faz refletir, se é que existe ...)
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
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