sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A FORMA E A MULHER

A FORMA E A MULHER

Não há uma mulher na forma que vejo,
por isso não vejo carne, não vejo osso,
mas vejo olhos, vejo pele, vejo corpo,
corpo de menina que me alvoroça,
que me deixa jovem enquanto,
a ilusão me mostra um caminho real
para continuação do que está parando,
do que pode parar a qualquer instante.
A restrita vida que levo, leva-me a pensar,
E agir de forma a me mostrar, por fora
O que há por dentro. Um desejo de encontrar
A fórmula de mudar.
Talvez pela projeção inversa que faço do tempo
Para me encontrar. Encontrar o que já passou,
O tempo em que podia sonhar.
Um sonho concreto se é que há. Um sonho é
Sempre um sonho que decorre da vontade
De realizar o inusitado encontro paradoxal,
Das idades; encontro factual que destoa,
Do hábito contumaz das pessoas.
Não fiz planos de terminar com a vida, mesmo bisonha,
Nem tampouco de armar um plano de prazer,
Simplesmente pelo prazer. Mas havia algo a reconhecer,
Precisava me ver, como tantos outros, concorrer a vida
Para valer, sem ver idade me atirar e em entregar,
E me achar perdido sem você, para me achar de novo
Nos braços e abraços da forma de viver que criei
Pela imaginação de ter algo palpável, real, novo,
Que mesmo distante do meu tempo me fizesse renascer
Na forma mais linda de amar a forma virtual de uma
Mulher real!

José Antonio da silva,
Cabo Frio, 13/01/2010.

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