domingo, 31 de janeiro de 2010

A VIDA COMO ELA É

A VIDA COMO ELA É

Este tema tem povoado a cabeça de muita gente ao longo dos tempos. Dentre estes encontram-se poetas, escritores, teatrólogos, filósofos e por ai vai. Trata-se portanto de uma tema relevante que chama atenção de letrados e iletrados. Para mim não basta viver a vida como ela é, posto que é chata, às vezes curta outras longas, previsível e repetitiva. Em que pese alguns aspectos de imprevisibilidade, a vida é mais previsível que tudo. Diante desta realidade é preciso motivá-la para vivê-la com menos ócio. De repente fugir da rotina convencional é mister. Lançar-se a vida com emoção e sem medo de ser feliz resolve o problema de muitos perdidos no tempo e no espaço. Aqueles que são vitimas de suas frustrações, carências e desilusões, como também dos que não vêem um sentido para a dita cuja. Amar é ás vezes fundamental, mas pode também representar o fim.
A vida carece da vida para ser vivida em sua plenitude, e por que não dizer em sua essência. A vida move a vida que destrói a vida e que renova a vida. No fundo ela é um conjunto de vidas vivendo ora em simbiose outras em franca parasitose.
Em sua necessidade de existir a vida suga o amor das pessoas e as exaure até o fim sem dó nem piedade.
É portanto preciso simular situações para agüentar a vida como ela é. Não é difícil saber como é a vida, no entanto é difícil saber a que queremos. É comum nos pegarmos no meio dela procurando-a; falando assim, preciso saber qual a vida que quero, se esta que está ai e que todo mundo vive ou se tenho que criar uma para mim. Isto sem contar o aspecto mais nefasto da vida que é sabermos que estamos sempre ameaçado de morte, vivemos a um passo dela de modo que nem conhecemos o limite entre uma e outra.
A vida para a maioria dos viventes é uma jaula, tamanhos são os compromissos para vivê-la. Temos que garantir o nosso sustento e na maioria das vezes o dos desvalidos; os desvalidos de quem falo são aqueles que são destituídos da moral de que têm quer lutar para sustentar suas próprias barras. Pois é; a vida como ela é sente-se no direito de nos pregar peças como esta. Ainda nos obriga perpetuar a espécie.
A vida só é possível de forma socializada, não conseguimos viver isoladamente, tanto que para isto pagamos um preço além da conta pelo fato do individuo de modo geral não pensar coletivamente.
A vida socializada exige demais do individuo e em troca costuma dá bem pouco. A idéia é que as vidas socializem-se para dividir o sacrifício de viver. Quem pensa tem que suportar os arrulhos de quem não pensa, de forma que há um forte descompasso neste sentido.
De modo geral para que vivamos a vida como ela é dependemos mais do outros e menos de nós mesmos.
A vida socializada, portanto, a possível, exige demais da vida natural, esta por sua vez retrai-se por não garantir sua própria existência. É contumaz reprimirem-se.
O que faz sentido para vida é a vida na dependência de outra. A própria, faz pouco ou quase nenhum sentido. Este fato de certa forma explica a fila na porta dos consultórios dos psiquiatras.
A vida é mestra em interferir nas questões do amor. Não se pode amar fora dos padrões previamente estabelecidos. Nesta questão a vida impõe barreiras tanto de ordem natural quanto de ordem social. Na maioria das vezes somos obrigados a reprimir nos desejos sob pena de cometermos desatinos.
De modo geral não sou contra a vida, mas acho que precisamos rever nossos conceitos. Pensemos nisso.

José Antonio da silva,
João Pessoa, 31/01/2010.

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