quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nem Sempre Encontramos o que buscamos...

NEM SEMPRE ENCONTRAMOS O QUE BUSCAMOS...

Fato comum observado no cotidiano das pessoas é a busca por algo que nunca encontramos. Mesmo que esta busca se dê fora do cotidiano, ou seja em níveis mais complexos, pode ocorrer que aconteça o desencontro. Por outro lado, como é nem sempre; sobra um espaço onde às vezes encontramos o que buscamos. Ora encontramos de caso pensado, ora por acaso, ou seja naqueles momentos em pensamos fazer um giro e acabamos por fazer um jirau. Se não encontramos, pagamos o preço de viver com nossa frustração, por outro lado, se encontrarmos poderemos ter encontrado o dilema de nossas vidas. P.ex., não é fácil depararmo-nos com um dilema extemporaneamente. Muita vez, ficamos sem saber se encontramos a felicidade ou a infelicidade, se devemos conviver com o encontro ou permanecer como antes quando quando ainda não tinhamos o dilema. Nestes casos, a toda hora sentimos a angústia da incerteza, nos postamos diante do fantasma do certo e do errado, tudo porque não conhecemos o limite entre estes valores, embora inexplicavelmente eles nos façam perder preciosas horas de sono sob o manto escuro e assustador de noites insones recheadas de medo e de solidão. Pensamos mil coisas, desde viver a felicidade ou morrer de saudade de uma paixão escondida no verdadeiro dilema da moral humana, mesmo que a moral seja sempre movida pela conveniência do momento. Só nos resta nessas horas a rendição a questionáveis conceitos morais sabidamente colocados dentro das nossas cabeças, para servir ao todo, também questionável, conjunto da sociedade. Então perdemos nossa identidade, nossa personalidade, reprimimos os nossos impulsos instintivos e naturais para darmos lugar a racionalidade dos interesses coletivos. Cai o peso do mundo sobre os nossos ombros como se fosse a cruz que Cristo carregou sobre os Seus pelas mesmas razões, ou seja o preço que paga o homem por exteriorizar a sua crença. Seguimos capengando, ora vivendo, ora morrendo, um passo para frente e outro para trás, sentindo a firmeza de nossas escolhas ao mesmo tempo em detestamos o que fazemos pela fraqueza de nossas convicções. Mas, são poucas as possibilidades do encontro, principalmente quando é extemporâneo. Algo extemporâneo mobiliza a ignorância dos contemporâneos exacerbando nestes, valores retrógrados. Pessoas estranhas ao fato se motivam e de forma inexplicável assumem sua inclusão, em nome do que nem sabem, apenas porque vislumbram a possibilidade de prestar um serviço a referência moral, mesmo quando carregam em suas carapuças o peso da imoralidade de que já foram autoras. Observamos que tal fato decorre da experiência coletiva acumulada pelas mentes humanas ao longo da existência. Experiência de massa insane, ignorante e de senso comum. Observamos que há um sábio em cada ignorante, mas que de nada sabe, dos que não enxergam um palmo diante do nariz. São pessoas que pisam, deglutem umas as outras num ato verdadeiramente antropofágico. Inconscientes de suas atitudes entram em orgia e atingem o orgasmo da maldade por não conhecerem a si próprias. Não sabem o que fazem nem o que dizem, apenas fazem e dizem. Ainda são as mesmas que motivaram Cristo do alto de Sua sabedoria pedir ao Seu Pai que as perdoassem por não saberem o que fazem, emboram sejam as mesmas que O sacrificariam novamente. Aliás consta das sagradas escrituras que Cristo retornará, fato que nos deve preocupar e pelo que devemos rogar-Lhe encarecidamente que não volte. Muito menos se for para salvar a humanidade, que na sua história é apenas a reencarnação de Judas Escariotes! Judas é pouco, na realidade a humanidade é tudo de ruim, tanto que encontra sua remissão através dos atos de alguns bons. Pensamos que o mau caráter das pessoas complica o ato do encontro. Seres humanos que preferem reprimir seus desejos naturais a aprender administrá-los em busca de uma convivência mais legítima do ponto de vistas de nossas características biológicas. É fato que a vontade social reprime a vontade natural. Isto é determinante para controlar a dinâmica da sociedade do ponto de vista das relações humanas, para os que acham que o homem solitariamente não controla seu próprios impulsos. Não sabemos bem se a vontade social ou a necessidade social da convivência harmônica, mas o fato é que este estado de coisas é prejudicial ao encontro. Sabemos que o encontro pode ser de interesse social, ou natural, sendo este último o motivo da contenda. Visto por este ângulo observamos um grande impacto negativo da influência das pessoas sobre o encontro do algo que buscamos. Interferência sempre nefasta, sempre influenciada pelos tabus e preconceitos plantados pela ignorância sobre nossas cabeças. Por gerações e gerações, as atitudes se equivalem enquanto desafiam o tempo. Muda de época, de estilo, de lugar, mas sempre com efeito semelhante. A sociedade tem sempre um ego hipertrófico que não reconhece o ego de seus componentes. Nem tão pouco as necessidades. Afinal que mal lhe faz um encontro restrito a um interesse individual, constrito em um sentimento de paixão ou de amor pelo seu próximo? O que pensar da sabedoria contida no: “ Amai-vos uns aos outros como eu vós amo...”? Como amar sem o encontro?. Sentimos que a finalidade da busca é o encontro. Por isso apostamos no encontro. É depois dele que verdadeiramente as coisas acontecem. Nada acontece antes do encontro, mesmo se o encontro se dá entre o abstrato e concreto. O encontro se dá quando um motiva o outro. O verdadeiro encontro se dá no nível abstrato nunca no concreto, porque o concreto caracteriza apenas a aparência, é portanto, incapaz de mostrar o significado. A relação começa no encontro, o contrário nunca acontece, por isso nem sempre encontramos o que buscamos.

Por José Antonio da Silva – Cabo Frio, em um momento de reflexão, em algum lugar no tempo.

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