quarta-feira, 14 de outubro de 2009

VALORES PERDIDOS

Onde estão os valores da escola? Onde está o respeito mútuo entre professores e alunos? Cadê a confiança dos pais na escola onde colocam seus filhos para serem educados? E a disciplina que fizeram dela? O que fizeram os pais interferirem de forma tão negativa na educação patrocinada pela escola? Por que de repente acharam que a relação dos professores com os alunos tem que ser a mesma que ocorre entre pais e filhos? Porque a perda de hierarquia entre professores e alunos? Porque esta mistura equivocada? O que esperam hoje da escolas, os pais? Por que os professores não cobram desempenho dos alunos? Por que não se preocupam com o seu aprendizado? Porque quando cobram os pais não aceitam? Por que os professores não apresentam nível técnico de conhecimento necessário ao ensinamento? Por que ganham tão baixos salários? Por que os professores não se reciclam? Por que a escola pública perdeu o seu valor, autonomia e eficácia? Por que a escola particular também perdeu eficácia?
Há meu ver estas são perguntas que não se faziam no meu tempo de estudante. Perguntas que de certa forma, por si só, explicam a ineficácia da escola atual. Responde-las torna-se desnecessário, porque pela sua natureza encerram, em si, um triste diagnóstico que precisa ser corrigido com máxima urgência sob pena de estarmos a formar legiões e mais legiões de ignorantes funcionais em busca do nada, perdidos no tempo e no espaço, brutalmente hostis aos interesses sociais.
Por isso parodiando o poeta eu digo:
“ ai que saudade que tenho,
da minha escola querida,
que os anos não trazem mais.
Quando o professor entrava,
solene me levantava,
dava bom dia e sentava.
Ali, começava o dia. Sentados, com todo respeito, atentos, ouvíamos a sua aula professar. Cheio de sabedoria, podia-se se ver a distancia que nos separava em busca do aprendizado. Era-nos fácil notar que se impunha pelo que sabia. Despertava em nós, alunos, o desejo da igualdade pelo intelecto. Naqueles tempos, quem não desejava ser culto? Sua postura, às vezes nos parecia inatingível. Infundia disciplina, antes de tudo, não se misturava. Tudo com muito respeito. Naquele tempo tínhamos escola. Será que ainda a teremos?

Por José Antonio da Silva. Cabo Frio, 01/08/2008.

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